Uma Campanha de Fraternidade Ecumênica, organizada pelo CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs: Igreja católica e quatro pequenas igrejas evangélicas.
O Bem Comum requer que os interesses de todos tenham prioridade, sejam colocados acima dos interesses pessoais ou de grupos, na política e na economia.
A justiça se faz com leis adequadas e cobradas na organização da sociedade e com comportamentos de pessoas e grupos que respeitam os direitos dos outros. A fraternidade se faz no convívio com caridade.
A justiça foi definida assim: Dar a cada um a sua parte. Tal definição tem um sabor de paternalismo, de assistencialismo. Formulação melhor: Organizar a sociedade de tal maneira que cada pessoa possa conseguir a sua parte com seu próprio esforço. Foi assim que Deus criou o mundo, deixando a nós a possibilidade e a missão de colaborar na sua obra de maneira responsável e solidária.
Nossa vida depende de fatores hereditários e da situação do mundo que outros deixaram para nós. Temos responsabilidade solidária pelo presente e pelas condições de vida das futuras gerações.
A CF quer um novo modelo econômico, mas não explica muito como se pode fazer. Nosso século precisa combinar economia com ecologia. No Evangelho temos algumas pistas: Não acumular tesouros na terra... (Mt 6,19). Não podeis servir a Deus e ao dinheiro. (Mt 6,24). Na realidade, vivemos num mundo cada vez mais governado pelo dinheiro. Quem tem quer mais e quer tudo que o dinheiro possa comprar.
Muitos querem colocar o próprio Deus a seu serviço. Vivem pedindo favores a Deus, em vez de procurar fazer a vontade de Deus. Pedir, sim, mas não faz sentido ser egoísta até na religião, até na oração. Pedir, sim, mas caprichar para fazer o que depende de nós.
Com o aumento da população mundial e a melhora do padrão de vida de bilhões, e com a crescente escassez de água, de energia e de alimentos, a luta pela sobrevivência vai causar conflitos pavorosos, se os homens não conseguirem superar atitudes egoístas do tipo Farinha pouca, meu pirão primeiro.
Na tradição católica, a Quaresma é tempo de conversão, com oração, jejum e esmola, lembrando os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar a sua pregação. Nosso tempo não quer saber de sacrifício, de renúncia, de jejum. Por outro lado, milhões praticam o jejum forçado da fome, outros o jejum do regime pela elegância. Uns estão doentes por falta de comida, outros porque comem demais.
Levando em conta que a terra já está chegando ao limite do esgotamento dos recursos naturais, o único caminho para possibilitar à metade mais pobre da humanidade condições de vida melhor é apenas este: Que a metade mais rica aprenda a praticar um novo tipo de jejum: Contentar-se com um estilo de vida mais modesto. Todos que não têm seu horizonte limitado a pequenos problemas pessoais percebem a urgência de se fazer alguma coisa, mas poucos começam a fazer a sua parte.
Perguntas:
1.Como combinar desenvolvimento com preservação da natureza?
2.Qual é a mudança mais importante a fazer, a transformação de pessoas ou de estruturas?
3.O que é que deveria mudar na política econômica do Brasil e do mundo?
4.Qual é a missão da Igreja nisso tudo?
A Campanha da Fraternidade não é para criticar os outros e reclamar do Governo, mas para incentivar cada um a fazer o que pode para construir um mundo melhor.
Só teremos um mundo melhor com homens e mulheres melhores
Dom Cristiano Jakob Krapf
Fonte: site cnbb
quarta-feira, 10 de março de 2010
EDUCAÇÃO PARA ECONOMIA
As Campanhas da Fraternidade (CF) durante o período da Quaresma abordam temáticas que vinculam fé, vida humana e o bem social. A CF do presente ano trata sobre Economia e Vida. O conceito de economia procede do grego “oikós” (casa) mais “nomos” (administração, organização). Lembra-nos o dever de “botar ordem na casa”. Pressupõe-se que cada qual aceite e colabore efetivamente para que, em casa, todos cresçam. Extensivamente aplica-se ao convívio social.
A CF trata sobre a economia à luz da Palavra de Deus, portanto, da fé. A fé ilumina nossa razão e o amor move nossa vontade. A perspectiva da fé e do amor leva-nos a compreender que o trabalho e a produção de bens são necessários enquanto incluem socialmente as pessoas e as famílias numa vida digna. A responsabilidade pessoal torna-se co-responsabilidade social. Ambas correspondem à educação que deve ser ministrada em casa.
A educação caseira incide qualitativamente na coletividade. O corolário negativo é verdadeiro. A omissão ou a falta de educação em casa resulta em pouca ou nenhuma colaboração do indivíduo em relação à coletividade, afinal ninguém dá o que não tem! A existência do ser (esse) antepõe-se ao fazer (aprender a produzir).
Saber fazer bem o que deva ser feito segue-se à qualificação do ser (operare sequitur esse). É preciso aprender a ser para saber fazer bem o que deva ser feito. Ética é fazer o que deva ser bem feito, evitando prejudicar alguém. O conceito de economia é inseparável dos princípios éticos que regem as leis do trabalho e da produção de bens de consumo. Pressupõe-se a formação profissional para um trabalho qualificado, garantia do pão de cada dia.
Não existe economia abstrata. O desenvolvimento das pessoas e o crescimento da sociedade dependem do trabalho que gera ocupação e renda e, portanto, inclusão social. Economia significa produzir bens que sejam bem administrados, tanto na esfera governamental quanto particular. Nos países emergentes constantemente equaciona-se a qualificação para o trabalho e o desenvolvimento sustentável. É indispensável qualificar as pessoas para um ofício digno, tanto em base técnica quanto ética. A ética ensina-nos que o trabalho e a produção visam o bem pessoal e social.
Aplicando concretamente os princípios éticos na economia evita-se priorizar a produção em função da acumulação de lucros de grupos particulares ou estatais, se isto causar exclusão e marginalidade às pessoas. Os valores éticos visam à promoção da vida e dignidade das pessoas em suas necessidades elementares. O “Sistema S” ensina exatamente isso!
Entre os maiores problemas que dificultam o desenvolvimento integral das pessoas e o crescimento social encontra-se o adormecimento de muita gente para o associativismo e o cooperativismo. Muitos querem botar o seu negocinho, sem experiência. Rodam. Individualismo e ignorância. Não aceitam depender ou concorrer com outros. O “Sistema S” visa exatamente superar essa mentalidade atrasada e paralisante.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto
Fonte: site cnbb
A CF trata sobre a economia à luz da Palavra de Deus, portanto, da fé. A fé ilumina nossa razão e o amor move nossa vontade. A perspectiva da fé e do amor leva-nos a compreender que o trabalho e a produção de bens são necessários enquanto incluem socialmente as pessoas e as famílias numa vida digna. A responsabilidade pessoal torna-se co-responsabilidade social. Ambas correspondem à educação que deve ser ministrada em casa.
A educação caseira incide qualitativamente na coletividade. O corolário negativo é verdadeiro. A omissão ou a falta de educação em casa resulta em pouca ou nenhuma colaboração do indivíduo em relação à coletividade, afinal ninguém dá o que não tem! A existência do ser (esse) antepõe-se ao fazer (aprender a produzir).
Saber fazer bem o que deva ser feito segue-se à qualificação do ser (operare sequitur esse). É preciso aprender a ser para saber fazer bem o que deva ser feito. Ética é fazer o que deva ser bem feito, evitando prejudicar alguém. O conceito de economia é inseparável dos princípios éticos que regem as leis do trabalho e da produção de bens de consumo. Pressupõe-se a formação profissional para um trabalho qualificado, garantia do pão de cada dia.
Não existe economia abstrata. O desenvolvimento das pessoas e o crescimento da sociedade dependem do trabalho que gera ocupação e renda e, portanto, inclusão social. Economia significa produzir bens que sejam bem administrados, tanto na esfera governamental quanto particular. Nos países emergentes constantemente equaciona-se a qualificação para o trabalho e o desenvolvimento sustentável. É indispensável qualificar as pessoas para um ofício digno, tanto em base técnica quanto ética. A ética ensina-nos que o trabalho e a produção visam o bem pessoal e social.
Aplicando concretamente os princípios éticos na economia evita-se priorizar a produção em função da acumulação de lucros de grupos particulares ou estatais, se isto causar exclusão e marginalidade às pessoas. Os valores éticos visam à promoção da vida e dignidade das pessoas em suas necessidades elementares. O “Sistema S” ensina exatamente isso!
Entre os maiores problemas que dificultam o desenvolvimento integral das pessoas e o crescimento social encontra-se o adormecimento de muita gente para o associativismo e o cooperativismo. Muitos querem botar o seu negocinho, sem experiência. Rodam. Individualismo e ignorância. Não aceitam depender ou concorrer com outros. O “Sistema S” visa exatamente superar essa mentalidade atrasada e paralisante.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto
Fonte: site cnbb
terça-feira, 9 de março de 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Campanha da Fraternidade reflete sobre Economia e Vida
A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2010 começa nesta Quarta-feira de Cinzas, 17, dia que marca o início da Quaresma.É a terceira vez que a CF acontece de forma ecumênica, a exemplo dos anos 2000 e 2005. A organização está sob responsabilidade do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), integrado pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.Com o tema "Economia e Vida" e o lema "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6, 24), a Campanha busca ajudar a sociedade a construir uma economia que esteja a serviço da vida. Escolhido há dois anos, o tema será debatido num contexto de crise mundial financeira, deflagrada no final de 2008, e de eleições. No centro das reflexões propostas pelas Igrejas está a concepção de uma economia a serviço da vida, no respeito à dignidade da pessoa humana e ao planeta Terra."O Conic não quer limitar-se a criticar sistemas econômicos. Principalmente, espera que a Campanha mobilize Igrejas e sociedade a dar respostas concretas às necessidades básicas das pessoas e à salvaguarda da natureza, a partir de mudanças pessoais, comunitárias e sociais, fundamentadas em alternativas viáveis derivadas da visão de um mundo justo e solidário", diz o texto base da Campanha.Para alcançar os objetivos da Campanha, o Conic propõe como estratégias "denunciar a perversidade de todo modelo econômico que vise em primeiro lugar o lucro". Aconselha, ainda, "educar para a prática de uma economia de solidariedade", além de conclamar toda a sociedade "para ações sociais e políticas" que levem a uma economia de solidariedade.O Tempo da Quaresma, em que é realizado a Campanha, favorece a conversão "social, eclesial, comunitária e pessoal", de acordo com o Conic.Abertura da CFEEm Brasília, dois atos marcam a abertura oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 (CFE) nesta Quarta-feira de cinzas. O primeiro é uma coletiva de imprensa, às 14h, na igreja Luterana. Todos os presidentes das igrejas membros do Conic estarão presentes. Já no Santuário Dom Bosco, às 19h30min, as cinco igrejas se reúnem para uma celebração ecumênica.Confira os objetivos da CFE 2010Objetivo geral:Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão.Objetivos específicos:1. Sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem;2. Buscar a superação do consumismo, que faz com que ‘ter’ seja mais importante do que as pessoas;3. Criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais;4. Mostrar a relação entre fé e vida, a partir da prática da justiça como dimensão constitutiva do anúncio do evangelho;5. Reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão.
Fonte: cancaonova.com
PALAVRA DA CNBB CFE-2010
Secretário-geral da CNBB diz que Campanha da Fraternidade convoca todos a serem cristãos no mundo da economia
Ou Deus, ou o dinheiro. É a encruzilhada que a Campanha da Fraternidade (CF) apresenta neste ano. Com autorização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) coordena campanha focada em economia com apelo de conversão a todos os cristãos na Quaresma.
A sinalização sobre o melhor caminho a seguir vem da Doutrina Social da Igreja, segundo o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa. Entre uma reunião e outra em Brasília, o bispo concedeu entrevista por telefone à Revista Canção Nova e pediu um agir cristão para ricos e pobres. “Vale para funcionário, o que vale para um empregador. Ou seja, viver sempre com honestidade, solidariedade, com a capacidade, inclusive, de ver no seu colega um irmão”, aponta.Revista CN - A CF é voltada somente para os cristãos ou para a sociedade em geral?
Dom Dimas - É claro que, como a CF pretende levar as pessoas a viverem bem o espírito da Quaresma em primeiríssimo lugar, levar a um processo de conversão, ela é pensada ao interno da Igreja. E especificamente da Igreja Católica. O que a gente tem percebido da CF em 46 anos é que ela toca assuntos que são fundamentais para a vida da sociedade como tal. Nesse sentido, ela tem muita repercussão. Tanto que nós temos sempre uma sessão solene na Câmara ou no Senado com o tema da CF. E as universidades, escolas, prefeituras, movimentos sociais e outras entidades costumam, conforme o tema, promoverem debates e reflexões e assumirem o texto-base da CF como um ponto de partida para uma reflexão naquele ano. Revista CN - Por que a campanha deste ano está focada em economia?
Dom Dimas - O processo de escolha do tema da CF é muito participativo. Normalmente, com dois anos de antecedência, pastorais, movimentos e os regionais da CNBB começam a se mobilizar. Para esse ano, o processo foi um pouco diferente. Há dois anos, a Assembléia Geral dos Bispos concedeu autorização ao Conic, que fez um pedido expresso de ter mais uma CF Ecumênica – já tivemos duas (em 2000 e 2005) e agora, em 2010, eles queriam essa nova oportunidade. Como a assembléia aceitou, ela confiou a uma comissão organizada pelas igrejas-membro do Conic, com a participação da CNBB evidentemente, mas não sob a coordenação da CNBB. E ali eles devem ter feito um processo parecido.
Revista CN - Ao tratar de economia, a Igreja no Brasil manifesta preferência por algum sistema econômico e rejeita algum outro?
Dom Dimas - Não. Na verdade, hoje praticamente não temos aquela opção que havia até pouco tempo atrás entre o socialismo ou o capitalismo. Com a queda do comunismo real, praticamente existe uma hegemonia do sistema capitalista. Pelo menos no nosso país isso é claro. Se durante muito tempo a Igreja condenou veementemente o aspecto materialista de luta de classe, busca do poder e, sobretudo, a visão imanentista [fechada a Deus] do próprio materialismo dialético e histórico que caracterizava o marxismo, hoje, a concentração da reflexão é a crítica a aspectos danosos do próprio sistema neoliberal que está em vigor no nosso país. Para a Igreja, a economia deve ser sim guiada pela ética. O critério deve ser o bem comum, a dignidade da pessoa, a construção da sociedade justa e solidária e não simplesmente a maximização do lucro ou a busca do mercado pelo mercado.Revista CN - Como esta abordagem econômica se encaixa com a Quaresma, que deve ser um tempo forte de espiritualidade?
Dom Dimas - A CF de forma alguma atrapalha, muito pelo contrário, ajuda profundamente a viver o espírito da Quaresma. Porque, em primeiro lugar, a Liturgia da Quaresma é celebrada como em qualquer outro lugar do mundo. E na Quaresma não existe apenas a celebração da Santa Missa. Você pode fazer vias-sacras, celebrações penitenciais, círculos bíblicos, grupos de famílias, de jovens e tantas outras iniciativas que ajudam as pessoas a refletirem sobre a vida.
Revista CN - Em termos práticos, como esta campanha deve afetar um empresário que queira agir de modo cristão?
Dom Dimas - Eu vejo que o ser empresário não é contraditório com o ser cristão. Absolutamente. Agora, ele vai ter uma responsabilidade muito maior na hora de aplicar a justiça social, de tratar com o mundo do mercado, com a ética. A última coisa que se poderia ver de um empresário cristão é ele oferecer ou receber propinas para conseguir vantagens ou usar de métodos espúrios para poder derrubar seu concorrente, humilhar as pessoas.
Revista CN - Qual é o chamado de conversão a um funcionário?
Dom Dimas - Vale para funcionário, o que vale para um empregador. Ou seja, viver sempre com honestidade, solidariedade, com a capacidade, inclusive, de ver no seu colega um irmão, de estar sempre disposto a ser semeador da Palavra de Deus onde quer que ele esteja. Mas, além disso, a postura de vida, a honestidade, a opção pelos valores éticos, o engajamento profético na denúncia das injustiças, na construção de um mundo justo e solidário é missão de todo discípulo-missionário de Jesus Cristo.
Ou Deus, ou o dinheiro. É a encruzilhada que a Campanha da Fraternidade (CF) apresenta neste ano. Com autorização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) coordena campanha focada em economia com apelo de conversão a todos os cristãos na Quaresma.
A sinalização sobre o melhor caminho a seguir vem da Doutrina Social da Igreja, segundo o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa. Entre uma reunião e outra em Brasília, o bispo concedeu entrevista por telefone à Revista Canção Nova e pediu um agir cristão para ricos e pobres. “Vale para funcionário, o que vale para um empregador. Ou seja, viver sempre com honestidade, solidariedade, com a capacidade, inclusive, de ver no seu colega um irmão”, aponta.Revista CN - A CF é voltada somente para os cristãos ou para a sociedade em geral?
Dom Dimas - É claro que, como a CF pretende levar as pessoas a viverem bem o espírito da Quaresma em primeiríssimo lugar, levar a um processo de conversão, ela é pensada ao interno da Igreja. E especificamente da Igreja Católica. O que a gente tem percebido da CF em 46 anos é que ela toca assuntos que são fundamentais para a vida da sociedade como tal. Nesse sentido, ela tem muita repercussão. Tanto que nós temos sempre uma sessão solene na Câmara ou no Senado com o tema da CF. E as universidades, escolas, prefeituras, movimentos sociais e outras entidades costumam, conforme o tema, promoverem debates e reflexões e assumirem o texto-base da CF como um ponto de partida para uma reflexão naquele ano. Revista CN - Por que a campanha deste ano está focada em economia?
Dom Dimas - O processo de escolha do tema da CF é muito participativo. Normalmente, com dois anos de antecedência, pastorais, movimentos e os regionais da CNBB começam a se mobilizar. Para esse ano, o processo foi um pouco diferente. Há dois anos, a Assembléia Geral dos Bispos concedeu autorização ao Conic, que fez um pedido expresso de ter mais uma CF Ecumênica – já tivemos duas (em 2000 e 2005) e agora, em 2010, eles queriam essa nova oportunidade. Como a assembléia aceitou, ela confiou a uma comissão organizada pelas igrejas-membro do Conic, com a participação da CNBB evidentemente, mas não sob a coordenação da CNBB. E ali eles devem ter feito um processo parecido.
Revista CN - Ao tratar de economia, a Igreja no Brasil manifesta preferência por algum sistema econômico e rejeita algum outro?
Dom Dimas - Não. Na verdade, hoje praticamente não temos aquela opção que havia até pouco tempo atrás entre o socialismo ou o capitalismo. Com a queda do comunismo real, praticamente existe uma hegemonia do sistema capitalista. Pelo menos no nosso país isso é claro. Se durante muito tempo a Igreja condenou veementemente o aspecto materialista de luta de classe, busca do poder e, sobretudo, a visão imanentista [fechada a Deus] do próprio materialismo dialético e histórico que caracterizava o marxismo, hoje, a concentração da reflexão é a crítica a aspectos danosos do próprio sistema neoliberal que está em vigor no nosso país. Para a Igreja, a economia deve ser sim guiada pela ética. O critério deve ser o bem comum, a dignidade da pessoa, a construção da sociedade justa e solidária e não simplesmente a maximização do lucro ou a busca do mercado pelo mercado.Revista CN - Como esta abordagem econômica se encaixa com a Quaresma, que deve ser um tempo forte de espiritualidade?
Dom Dimas - A CF de forma alguma atrapalha, muito pelo contrário, ajuda profundamente a viver o espírito da Quaresma. Porque, em primeiro lugar, a Liturgia da Quaresma é celebrada como em qualquer outro lugar do mundo. E na Quaresma não existe apenas a celebração da Santa Missa. Você pode fazer vias-sacras, celebrações penitenciais, círculos bíblicos, grupos de famílias, de jovens e tantas outras iniciativas que ajudam as pessoas a refletirem sobre a vida.
Revista CN - Em termos práticos, como esta campanha deve afetar um empresário que queira agir de modo cristão?
Dom Dimas - Eu vejo que o ser empresário não é contraditório com o ser cristão. Absolutamente. Agora, ele vai ter uma responsabilidade muito maior na hora de aplicar a justiça social, de tratar com o mundo do mercado, com a ética. A última coisa que se poderia ver de um empresário cristão é ele oferecer ou receber propinas para conseguir vantagens ou usar de métodos espúrios para poder derrubar seu concorrente, humilhar as pessoas.
Revista CN - Qual é o chamado de conversão a um funcionário?
Dom Dimas - Vale para funcionário, o que vale para um empregador. Ou seja, viver sempre com honestidade, solidariedade, com a capacidade, inclusive, de ver no seu colega um irmão, de estar sempre disposto a ser semeador da Palavra de Deus onde quer que ele esteja. Mas, além disso, a postura de vida, a honestidade, a opção pelos valores éticos, o engajamento profético na denúncia das injustiças, na construção de um mundo justo e solidário é missão de todo discípulo-missionário de Jesus Cristo.
Fonte: cancaonova.com
sábado, 13 de fevereiro de 2010
ESTUDO DA CFE-2010
DUAS NOITES DE ESTUDO SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2010
Convite Especial !!!
Duas noites de estudo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica / 2010Pe. Cícero e a Comissão Diocesana da CFE/2010 convidam especialmente a todos os interessados, pessoas de boa vontade e comprometidas com a solidariedade e com a economia, para participarem de duas noites de estudo sobre o Tema e o Lema da CFE/2010
Roteiro:
Dias: 22 e 23 de fevereiro
Hora: 19h30
Local: Instituto de Teologia da Diocese
Endereço: Av. Príncipe de Gales, 667 – V. Príncipe de Gales - Santo André
Fone: 4992-0493 ou 4425-4365 ou 8342-8354
Especificando:
- Dia 22: Estudo sobre a passagem bíblica de Mt 6,24: texto inspirador do Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”
- Dia 23: Estudo sobre a diversidade e os modelos de economia existentes.
Venha participar!
Convide pessoas de seu convívio, familiar e amigos!
Convite Especial !!!
Duas noites de estudo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica / 2010Pe. Cícero e a Comissão Diocesana da CFE/2010 convidam especialmente a todos os interessados, pessoas de boa vontade e comprometidas com a solidariedade e com a economia, para participarem de duas noites de estudo sobre o Tema e o Lema da CFE/2010
Roteiro:
Dias: 22 e 23 de fevereiro
Hora: 19h30
Local: Instituto de Teologia da Diocese
Endereço: Av. Príncipe de Gales, 667 – V. Príncipe de Gales - Santo André
Fone: 4992-0493 ou 4425-4365 ou 8342-8354
Especificando:
- Dia 22: Estudo sobre a passagem bíblica de Mt 6,24: texto inspirador do Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”
- Dia 23: Estudo sobre a diversidade e os modelos de economia existentes.
Venha participar!
Convide pessoas de seu convívio, familiar e amigos!
LANÇAMENTO DO TEXTO BASE CFE-2010 NA REGIÃO PASTORAL MAUÁ
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