Uma Campanha de Fraternidade Ecumênica, organizada pelo CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs: Igreja católica e quatro pequenas igrejas evangélicas.
O Bem Comum requer que os interesses de todos tenham prioridade, sejam colocados acima dos interesses pessoais ou de grupos, na política e na economia.
A justiça se faz com leis adequadas e cobradas na organização da sociedade e com comportamentos de pessoas e grupos que respeitam os direitos dos outros. A fraternidade se faz no convívio com caridade.
A justiça foi definida assim: Dar a cada um a sua parte. Tal definição tem um sabor de paternalismo, de assistencialismo. Formulação melhor: Organizar a sociedade de tal maneira que cada pessoa possa conseguir a sua parte com seu próprio esforço. Foi assim que Deus criou o mundo, deixando a nós a possibilidade e a missão de colaborar na sua obra de maneira responsável e solidária.
Nossa vida depende de fatores hereditários e da situação do mundo que outros deixaram para nós. Temos responsabilidade solidária pelo presente e pelas condições de vida das futuras gerações.
A CF quer um novo modelo econômico, mas não explica muito como se pode fazer. Nosso século precisa combinar economia com ecologia. No Evangelho temos algumas pistas: Não acumular tesouros na terra... (Mt 6,19). Não podeis servir a Deus e ao dinheiro. (Mt 6,24). Na realidade, vivemos num mundo cada vez mais governado pelo dinheiro. Quem tem quer mais e quer tudo que o dinheiro possa comprar.
Muitos querem colocar o próprio Deus a seu serviço. Vivem pedindo favores a Deus, em vez de procurar fazer a vontade de Deus. Pedir, sim, mas não faz sentido ser egoísta até na religião, até na oração. Pedir, sim, mas caprichar para fazer o que depende de nós.
Com o aumento da população mundial e a melhora do padrão de vida de bilhões, e com a crescente escassez de água, de energia e de alimentos, a luta pela sobrevivência vai causar conflitos pavorosos, se os homens não conseguirem superar atitudes egoístas do tipo Farinha pouca, meu pirão primeiro.
Na tradição católica, a Quaresma é tempo de conversão, com oração, jejum e esmola, lembrando os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar a sua pregação. Nosso tempo não quer saber de sacrifício, de renúncia, de jejum. Por outro lado, milhões praticam o jejum forçado da fome, outros o jejum do regime pela elegância. Uns estão doentes por falta de comida, outros porque comem demais.
Levando em conta que a terra já está chegando ao limite do esgotamento dos recursos naturais, o único caminho para possibilitar à metade mais pobre da humanidade condições de vida melhor é apenas este: Que a metade mais rica aprenda a praticar um novo tipo de jejum: Contentar-se com um estilo de vida mais modesto. Todos que não têm seu horizonte limitado a pequenos problemas pessoais percebem a urgência de se fazer alguma coisa, mas poucos começam a fazer a sua parte.
Perguntas:
1.Como combinar desenvolvimento com preservação da natureza?
2.Qual é a mudança mais importante a fazer, a transformação de pessoas ou de estruturas?
3.O que é que deveria mudar na política econômica do Brasil e do mundo?
4.Qual é a missão da Igreja nisso tudo?
A Campanha da Fraternidade não é para criticar os outros e reclamar do Governo, mas para incentivar cada um a fazer o que pode para construir um mundo melhor.
Só teremos um mundo melhor com homens e mulheres melhores
Dom Cristiano Jakob Krapf
Fonte: site cnbb
quarta-feira, 10 de março de 2010
EDUCAÇÃO PARA ECONOMIA
As Campanhas da Fraternidade (CF) durante o período da Quaresma abordam temáticas que vinculam fé, vida humana e o bem social. A CF do presente ano trata sobre Economia e Vida. O conceito de economia procede do grego “oikós” (casa) mais “nomos” (administração, organização). Lembra-nos o dever de “botar ordem na casa”. Pressupõe-se que cada qual aceite e colabore efetivamente para que, em casa, todos cresçam. Extensivamente aplica-se ao convívio social.
A CF trata sobre a economia à luz da Palavra de Deus, portanto, da fé. A fé ilumina nossa razão e o amor move nossa vontade. A perspectiva da fé e do amor leva-nos a compreender que o trabalho e a produção de bens são necessários enquanto incluem socialmente as pessoas e as famílias numa vida digna. A responsabilidade pessoal torna-se co-responsabilidade social. Ambas correspondem à educação que deve ser ministrada em casa.
A educação caseira incide qualitativamente na coletividade. O corolário negativo é verdadeiro. A omissão ou a falta de educação em casa resulta em pouca ou nenhuma colaboração do indivíduo em relação à coletividade, afinal ninguém dá o que não tem! A existência do ser (esse) antepõe-se ao fazer (aprender a produzir).
Saber fazer bem o que deva ser feito segue-se à qualificação do ser (operare sequitur esse). É preciso aprender a ser para saber fazer bem o que deva ser feito. Ética é fazer o que deva ser bem feito, evitando prejudicar alguém. O conceito de economia é inseparável dos princípios éticos que regem as leis do trabalho e da produção de bens de consumo. Pressupõe-se a formação profissional para um trabalho qualificado, garantia do pão de cada dia.
Não existe economia abstrata. O desenvolvimento das pessoas e o crescimento da sociedade dependem do trabalho que gera ocupação e renda e, portanto, inclusão social. Economia significa produzir bens que sejam bem administrados, tanto na esfera governamental quanto particular. Nos países emergentes constantemente equaciona-se a qualificação para o trabalho e o desenvolvimento sustentável. É indispensável qualificar as pessoas para um ofício digno, tanto em base técnica quanto ética. A ética ensina-nos que o trabalho e a produção visam o bem pessoal e social.
Aplicando concretamente os princípios éticos na economia evita-se priorizar a produção em função da acumulação de lucros de grupos particulares ou estatais, se isto causar exclusão e marginalidade às pessoas. Os valores éticos visam à promoção da vida e dignidade das pessoas em suas necessidades elementares. O “Sistema S” ensina exatamente isso!
Entre os maiores problemas que dificultam o desenvolvimento integral das pessoas e o crescimento social encontra-se o adormecimento de muita gente para o associativismo e o cooperativismo. Muitos querem botar o seu negocinho, sem experiência. Rodam. Individualismo e ignorância. Não aceitam depender ou concorrer com outros. O “Sistema S” visa exatamente superar essa mentalidade atrasada e paralisante.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto
Fonte: site cnbb
A CF trata sobre a economia à luz da Palavra de Deus, portanto, da fé. A fé ilumina nossa razão e o amor move nossa vontade. A perspectiva da fé e do amor leva-nos a compreender que o trabalho e a produção de bens são necessários enquanto incluem socialmente as pessoas e as famílias numa vida digna. A responsabilidade pessoal torna-se co-responsabilidade social. Ambas correspondem à educação que deve ser ministrada em casa.
A educação caseira incide qualitativamente na coletividade. O corolário negativo é verdadeiro. A omissão ou a falta de educação em casa resulta em pouca ou nenhuma colaboração do indivíduo em relação à coletividade, afinal ninguém dá o que não tem! A existência do ser (esse) antepõe-se ao fazer (aprender a produzir).
Saber fazer bem o que deva ser feito segue-se à qualificação do ser (operare sequitur esse). É preciso aprender a ser para saber fazer bem o que deva ser feito. Ética é fazer o que deva ser bem feito, evitando prejudicar alguém. O conceito de economia é inseparável dos princípios éticos que regem as leis do trabalho e da produção de bens de consumo. Pressupõe-se a formação profissional para um trabalho qualificado, garantia do pão de cada dia.
Não existe economia abstrata. O desenvolvimento das pessoas e o crescimento da sociedade dependem do trabalho que gera ocupação e renda e, portanto, inclusão social. Economia significa produzir bens que sejam bem administrados, tanto na esfera governamental quanto particular. Nos países emergentes constantemente equaciona-se a qualificação para o trabalho e o desenvolvimento sustentável. É indispensável qualificar as pessoas para um ofício digno, tanto em base técnica quanto ética. A ética ensina-nos que o trabalho e a produção visam o bem pessoal e social.
Aplicando concretamente os princípios éticos na economia evita-se priorizar a produção em função da acumulação de lucros de grupos particulares ou estatais, se isto causar exclusão e marginalidade às pessoas. Os valores éticos visam à promoção da vida e dignidade das pessoas em suas necessidades elementares. O “Sistema S” ensina exatamente isso!
Entre os maiores problemas que dificultam o desenvolvimento integral das pessoas e o crescimento social encontra-se o adormecimento de muita gente para o associativismo e o cooperativismo. Muitos querem botar o seu negocinho, sem experiência. Rodam. Individualismo e ignorância. Não aceitam depender ou concorrer com outros. O “Sistema S” visa exatamente superar essa mentalidade atrasada e paralisante.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto
Fonte: site cnbb
terça-feira, 9 de março de 2010
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